Uma unanimidade quando o Campeonato Brasileiro da Série B de 2023 começou era que o Ceará estava entre os favoritos a brigar pela promoção à Primeira Divisão. Com o fim do campeonato, vimos que o Vozão não conseguiu atingir essa meta e estacionou na tabela. Vamos tentar fazer uma análise de alguns fatores que colaboraram com isso.
Começo da temporada motivador
O Ceará iniciou a temporada como terminou o ano anterior. Bem. Em 2022, apesar do rebaixamento, a equipe avançou ao mata-mata da Copa Sul-Americana e foi às quartas de final da Copa do Brasil.
No primeiro semestre de 2023 foi finalista do Campeonato Cearense, mas acabou superado pelo rival Fortaleza em dois jogos parelhos. Já na Copa do Nordeste, bateu o Sport após disputa de pênaltis e ficou com a taça. Isso parecia dar um bom presságio para o restante da temporada, o que não aconteceu.
👴 VOZÃO CAMPEÃO! 🏆
Nos pênaltis, Ceará venceu o Sport e levou o tricampeonato da Copa do Nordeste! Parabéns, torcedor do Alvinegro! ⚫️⚪️
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— Brasileirão Série B 🇧🇷 (@seriebcom) May 4, 2023
Troca de treinadores durante a Série B
Com duas derrotas nas primeiras rodadas da Série B, o Vozão decidiu desligar Gustavo Morínigo do comando técnico da equipe (isso entre os jogos das finais da Copa do Nordeste). Eduardo Barroca foi o contratado para a função.
A estreia foi animadora, conquistando os primeiros três pontos, e os jogos seguintes também. A equipe conseguiu cinco vitórias nos oito primeiros jogos. Mas após uma sequência de três partidas sem vencer, e não apresentando um futebol convincente, ele foi demitido no dia 28 de junho.
Chegada do terceiro comandante e nova queda
Quem assumiu naquela altura foi um velho conhecido: Guto Ferreira. Com mais de uma passagem pelo clube, o técnico chegou para tentar tirar o Alvinegro da parte inferior da tabela e colocá-lo na briga pelo acesso. Porém, uma nova decepção: em 12 jogos, a equipe teve quatro vitórias, cinco empates e três derrotas. Deixou o clube na 11ª colocação.
Mancini foi o quarto técnico contratado pelo Ceará para a disputa da Série B. No entanto, também não conseguiu desempenhar um grande futebol e levar o Vozão ao acesso. Terminou com três vitórias, três empates e seis derrotas em 12 partidas disputadas, estacionando assim, no meio da tabela.
Ataque não tão eficiente
O Ceará não conseguiu ter grandes números ofensivos na temporada. Assim como a campanha num todo, o desempenho no setor foi mediano. A equipe teve apenas o 11º melhor ataque da competição com 40 gols marcados.
A falta de um goleador pode explicar isso. Quem ficou com a artilharia do clube na competição foi o meia-atacante Erick. Nenhum dos centroavantes conseguiu um grande desempenho. O melhor foi Vitor Gabriel, com apenas quatro gols. Nicolas, Bissoli e Saulo Mineiro ficaram devendo durante a Segundona. Os três somados fizeram apenas sete gols.
Defesa instável
Se os números do ataque não agradaram, a defesa também seguiu essa batida. O Alvinegro terminou a competição com o sexto pior sistema defensivo no Campeonato Brasileiro da Série B.
Em 38 rodadas, o Ceará sofreu 45 gols (mesmo número do Atlético-GO). Apenas Avaí, e os rebaixados, Tombense, ABC e Londrina foram mais vazados que a equipe.
Desempenho inconstante durante a Série B
No fim, nossa análise é que o Ceará não conseguiu em nenhum momento demonstrar qualquer possibilidade de entrar no G-4. A melhor posição durante todo o campeonato foi uma sétima colocação. O Alvinegro terminou o ano em 11º lugar, com 50 pontos conquistados – 14 a menos que o primeiro time classificado para a Série A. Para 2024, o Vozão tem que mudar totalmente para conseguir voltar à elite nacional.
Foto de capa: Felipe Santos/CSC